Inicialmente estudos evidenciaram a parte genética do HPV, o DNA do HPV.
Um local específico do DNA do HPV é responsável pela produção das cápsula do HPV.
Estudos usando fungos (Sacaromices Cerevisiae) além de células de insetos permitiu a produção de uma cápsula semelhante à cápsula do HPV.
Um local específico do DNA do HPV é responsável pela produção das cápsula do HPV.
Estudos usando fungos (Sacaromices Cerevisiae) além de células de insetos permitiu a produção de uma cápsula semelhante à cápsula do HPV.
A ciência médica nos últimos anos avançou muito nas questões
envolvendo a biologia molecular. O que há trinta anos parecia impossível hoje é
coisa corriqueira nos grandes centros de pesquisas sobre genética.
Conseguiu-se identificar a parte principal do DNA do HPV (gene)
que codifica para a fabricação do capsídeo viral (parte que envolve o genoma do
vírus). Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae), entre
outros sistemas, como células de inseto, obteve-se apenas a “capa” do vírus,
que, em testes preliminares, mostrou induzir fortemente a produção de
anticorpos quando administrada a humanos. Essa “capa” viral, sem qualquer
genoma em seu interior, é chamada de partícula semelhante a vírus (em inglês, virus
like particle ou VLP). Na verdade, trata-se de um pseudo-vírus.
O passo seguinte foi estabelecer a melhor quantidade de VLP e
testar em humanos na prevenção de lesões induzidas por HPV. Cabe dizer que cada
tipo viral tem uma VLP correspondente para uso como vacina. Assim, uma vacina
bivalente tem duas VLP (16, 18). Já uma vacina quadrivalente tem quatro VLP (6,
11, 16, 18). Para que não paire dúvidas sobre o caráter não infeccioso das VLP,
imagine um mamão inteiro. Dentro, haverá um monte de sementes (material
genético) que, caindo em um terreno fértil, poderão originar um ou mais
mamoeiros. Mas, se todas as sementes forem retiradas do interior do mamão,
ficando a fruta oca, mesmo que ela seja colocada em um bom terreno, jamais
nascerá um pé de mamão. No caso das VLP, elas imitam o HPV, fazendo com que o organismo
identifique tal estrutura como um invasor e produza um mecanismo de defesa, de
proteção. Esse sistema é bem conhecido, seguro e usado há muito tempo com a
vacina contra a hepatite B. Sua fabricação não envolve derivados de células
humanas e não tem risco de causar qualquer doença infecciosa. Como
podemos ver no quadro abaixo o HPV é composto por uma cápsula e o DNA no
interior e a vacina consiste apenas da cápsula sem DNA no seu interior.
A infecção pelos
tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV pode causar resultados anormais nos exames de Papanicolaou
e lesões displásicas de baixo grau (NIC 1, NIV 1 e NIVa 1). É improvável que as
lesões relacionadas ao HPV 6 e ao HPV 11 evoluam para câncer, porém estas são
clinicamente indiferenciáveis das lesões pré-malignas causadas pelo HPV 16 e
HPV 18. A infecção por HPV 6 e HPV 11 também causa verrugas genitais (condiloma
acuminado) que são crescimentos da mucosa cervicovaginal, vulvar e perianal e
da genitália externa que raramente evoluem para câncer. Estima-se que o risco
de aquisição de verrugas genitais ao longo da vida seja superior a 10%. A
incidência dessa lesão é geralmente comparável entre homens e mulheres.
A vacina
quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18)
contém VLPs L1, que são proteínas semelhantes aos vírions do tipo selvagem.
Como as partículas semelhantes a vírus não contêm DNA viral, não podem infectar
as células ou se reproduzirem.
Nos estudos
pré-clínicos, a indução de anticorpos anti-papilomavírus com vacinas com VLPs
L1 resultou na proteção contra a infecção. A administração de soro de animais
vacinados a animais não vacinados resultou na transferência da proteção contra
o HPV para estes. Esses dados sugerem que a eficácia das vacinas com VLPs L1 é
mediada pelo desenvolvimento de respostas imunológicas humorais.Veja o vídeo abaixo e compreenda melhor o mecanismo de ação da vacina quadrivalente (semelhante ao da bivalente, a diferença são os tipos das VLPs de cada vacina):
Algumas dúvidas frequentes:
Como
se dá a proteção pela vacina?
Ainda estamos aprendendo muito com a vacina contra HPV. Tem sido
observado que, após a administração de dose de vacina contra HPV por via
intramuscular, acontece uma enorme produção de anticorpos circulantes (no
sangue periférico) que se mantém em níveis elevados durante anos.
Na infecção pelo HPV de forma natural, também existe o
aparecimento desses mesmos anticorpos. Porém, os níveis são bem inferiores
quando comparados aos níveis pós-vacinais. Muitos pesquisadores têm atribuído a
esse fator (altíssimos níveis de anticorpos) a proteção contra as lesões
induzidas pelo HPV. Diz-se que, com essa explosão de anticorpos, é fácil para
eles chegarem aos locais onde, posteriormente, de forma natural, ocorre a
introdução do HPV e, então, eles debelariam os vírus no momento inicial da
infecção. Assim, não haveria a proliferação do HPV nos tecidos e,
conseqüentemente, não ocorreria doença (sintomas). Para o vírus da hepatite B,
isso é o que acontece. Todavia, em outras doenças, como HIV/Aids, embora também
ocorra uma explosão de anticorpos circulantes, estes não são suficientes para
evitar que a infecção progrida e se torne uma doença grave. É possível que os
altos e sustentados níveis de anticorpos sejam o principal fator de proteção.
Mas não ficaremos surpresos se existirem outros mecanismos que ainda não foram
desvendados. O fato principal é que, após esquema vacinal completo contra HPV,
as pessoas têm apresentado proteção contra os tipos de vírus usados em cada
preparação. Cabe comentar que até hoje – e já se passaram muitos anos, com uso
em milhões de pessoas – ainda não se conhece o verdadeiro mecanismo de proteção
conferido pela vacina para Bordetella pertussis, leia-se coqueluche.
Posso
saber que a vacina foi efetiva ou seja pegou?
Não,
pois apesar de sabermos que os níveis de anticorpos para o HPV são altos após a
vacinação não existe exames comerciais disponíveis que confirmem estes
anticorpos.
Haverá
vacina contra HPV associada à vacina contra outra doença?
Acreditamos que sim, pois já existe um estudo em andamento sobre
vacinas contra HPV e hepatite B administradas simultaneamente.
Os resultados
dos estudos clínicos indicam que a vacina quadrivalente recombinante contra
papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) pode ser administrada
concomitantemente (em locais de administração diferentes) com a vacina contra
hepatite B (recombinante).
O uso
concomitante da vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano
(tipos 6, 11, 16 e 18) com vacinas diferentes da vacina contra hepatite B ainda
não foi estudado.
Assim, não é
indicado o uso concomitante da vacina quadrivalente recombinante contra
papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) com vacinas diferentes da vacina
contra hepatite B (por exemplo vacina dT [difteria e tétano], sarampo e
rubéola).
Tomando
vacina contra determinados tipos de HPV a pessoa fica protegida também para
outros?
Os
estudos mostram aumento significativo nos níveis de anticorpos de alguns tipos
de HPV geneticamente bem próximos aos empregados em cada vacina. Para a vacina
quadrivalente (HPV 6, 11, 16, 18), há trabalho mostrando proteção cruzada
contra HPV 31 e 45 em 62% dos casos. Já a vacina bivalente (HPV 16, 18) mostrou
94,2% de proteção contra HPV 45, por exemplo.
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