segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Poder Antimicrobiano do Alecrim Pimenta


Lippia sidoides Cham. popularmente conhecida como alecrim pimenta ou estrepa-cavalo pertence a família Verbenaceae. Esta espécie é própria da vegetação do semi-árido, com origem no nordeste do Brasil ocorrendo com grande freqüência na área abrangida pelos municípios de Mossoró-RN e Tabuleiro do Norte-CE. Trata-se de um arbusto densamente ramificado de até três metros de altura com ramos providos de folhas muito aromáticas e picantes, onde ocorre a síntese e o armazenamento do óleo essencial. A qualidade do alecrim pimenta é definida pela composição do seu óleo essencial, dentre os seus constituintes, o timol e o carvacrol são os principais, sendo o primeiro o marcador químico e o componente majoritário. O timol e o carvacrol são monoterpenos fenólicos responsáveis pela ação antimicrobiana apresentada pela espécie. O alecrim pimenta tem ação contra acne, pano branco, aftas, caspa, ferimentos, maus odores nos pés e axilas, sarna infecciosa e pé-de-atleta, além de atuar como antiespasmódico e estomáquico. A infusão de suas folhas é utilizada em inalações, rinite alérgica e no tratamento das infecções da boca, da garganta e da vagina e a tintura como antisséptico local. O óleo essencial, rico em timol e carvacrol, possuem propriedade bactericida e fungicida, enquanto o hidrolato - água condensada resultante do processo de extração de um óleo essencial por arraste a vapor - apresenta atividade moluscicida e larvicida. Em virtude destas propriedades, esta espécie faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).

Alecrim Pimenta

A resistência bacteriana aos antimicrobianos é considerada como um problema inerente à terapia antimicrobiana, por este motivo é preciso sempre buscar novas fontes terapêuticas. Testar produtos naturais pode ser uma medida alternativa importante para ajudar a resolver esse problema de resistência. O extrato da Lippia sidoides Cham. apresenta forte ação contra bactérias e fungos tais como, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp, Staphylococcus aureus, Corynebacterium xerosis que causa mau cheiro nas axilas e nos pés, Candida albicans encontrada nas infecções da boca e no corrimento vaginal, Trichophytum rubrum e Trichiphytun interdigitale agentes de micoses na pele. O seu óleo essencial possui atividade antibacteriana frente à linhagem de Streptococcus mitis, S.sanguinis, S. mutans e S.sobrinus, bactérias que provocam a cárie e o biofilme dental. Além de possuir ação larvicida contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e moluscicida contra o caramujo Biomphalaria glabra, hospedeiro da esquistossomose.


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