quarta-feira, 10 de outubro de 2012

PROTETOR SOLAR DESENVOLVIDO COM NANOTECNOLOGIA



"Inovação no mercado, Brasil é pioneiro"

(O produto, "Photoprot FPS 100", é indicado para todos os tipos de pele. Além de ser ideal para o uso diário e fotoproteção prolongada, oferece segurança para quem precisa de proteção para cicatrizes recentes e de acne, pós-procedimentos dermatológicos e cirúrgicos, bem como prevenção e terapia de melasma - manchas na pele).

O baixo índice de produção de melanina resulta na tonalidade de pele clara, o que exige que muitos veranistas se afastem dos raios solares a fim de se proteger dos raios UVB – tipo de radiação associada ao surgimento de melanoma, o mais grave entre os tipos de câncer de pele, devido à sua alta possibilidade de metástase. Para prevenir a doença e evitar que muita gente fique longe do litoral por causa do Sol, está no mercado oPhotoprot, bloqueador solar fator 100, desenvolvido em parceria entre a UFRGS e a Biolab, indústria farmacêutica brasileira.
A preocupação em combater esse tipo de câncer não é vã: entre os tumores malignos, os de pele estão entre os mais frequentes no Brasil e correspondem a 25% do total registrado. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer preveem 17.780 novos casos para este ano no país, que apresenta 50% da população com pele clara. Na Região Sul, esse número poderá chegar a 82%.
A elevada ocorrência da doença também se deve ao fato de que o Brasil encontra-se em uma região de alta incidência de raios ultravioletas – o risco varia de muito alto a intenso, conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Nessas áreas, há a necessidade da adoção de rigorosas medidas para proteger quem se expõe ao sol.
100 vezes mais proteção – “Com o bloqueador solar fator 100, a pessoa está 100 vezes mais protegida do que se ela estivesse sem o fotoprotetor.” A afirmação é da professora de Farmácia da Universidade e uma das coordenadoras do projeto que deu origem ao Photoprot, Sílvia Guterres. Estudos anteriores chegaram a afirmar que seria dispensável aumentar o fator de proteção acima do FPS 30, pois não haveria mais efeito sobre a pele. “Isso foi muito divulgado, de modo que o Food and Drug Administration (FDA), órgão americano de fiscalização sanitária, limitou os produtores de fotoprotetores a irem somente até 30”, explica Sílvia. Entretanto, pesquisas suplementares relataram que a situação não seria exatamente essa. Hoje está comprovado que há a necessidade de fotoprotetores com grau de proteção bem maior do que o 30. Ela considera que existe uma tendência ao aumento do fator de proteção, porque as pessoas buscam maior segurança durante a exposição ao Sol em determinados períodos do dia. Vale lembrar que o uso desse bloqueador fator 100 não exime o consumidor dos mesmos cuidados ao expor-se à radiação solar: é recomendável que o utilize 20 minutos antes da exposição ao Sol e o reaplique periodicamente.
As diferenciadas características de Photoprot FPS 100 devem-se à exclusiva tecnologia Nanophoton®, de nanoencapsulação de filtros químicos orgânicos. Patenteada e 100% brasileira, esta tecnologia garante proteção efetiva para a pele contra a radiação.
Além disso, o produto não tem fragrância, foi desenvolvido com polímero 100% biodegradável e é resistente à água. Sua fórmula contém os filtros solares orgânicos Avobenzona e Octocrileno, que absorvem a radiação UVA e UVB evitando a vermelhidão da pele e ainda protegem contra o envelhecimento prematuro.
Um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro e, no caso desse nanocosmético, foram utilizadas nanopartículas de 240 nanômetros cada. O escudo de proteção do Photoprot depende justamente dessas partículas, pois elas apresentam propriedades químicas únicas e seu tamanho e formato contribuem para a eficácia do produto sobre a pele. Professora de Química e uma das coordenadoras do projeto, Adriana Pohlmann explica que, pela sua dimensão, esses dispositivos nanométricos têm um efeito duplo. “A mesma estrutura propicia a reflexão e a absorção de luz, o que normalmente é feito com duas substâncias diferentes nos fotoprotetores”, ilustra.
A maior resistência à água é uma das vantagens do produto, conforme as pesquisadoras. Isso se deve ao efeito reservatório dos aglomerados nas camadas superiores da pele, agindo como milhões de minúsculos adesivos que refletem e guardam dentro de si a radiação solar danosa, impedindo-a de entrar em contato com ao corpo humano. Além disso, a matéria-prima que compõe o Photoprot é biodegradável, feita de óleo de buriti – fruta comum na região amazônica –, o que diferencia o produto de outros fotoprotetores produzidos com nanotecnologia. “Não estamos trabalhando com algo de que não sabemos qual é a segurança”, afirma Sílvia.
Nanocosméticos com partículas biodegradáveis foram colocados no mercado pela primeira vez em 1995 por uma empresa francesa. No entanto, ao que tudo indica, esse achado não é tão atual quanto parece: há pesquisas que atribuem aos egípcios da antiguidade o uso da nanotecnologia num tipo de pintura em negro, utilizada para adornar os olhos.
O futuro dessa tecnologia promete pesados investimentos no setor de fármacos. Estimativas da National Science Foundation, dos Estados Unidos, sugerem que, em 2015, 2 milhões de novos postos sejam criados e 1 trilhão de dólares seja aplicado para a fabricação de produtos.
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, o Photoprot passou por dois procedimentos de testes ocorridos simultaneamente: durante o desenvolvimento, dentro da Universidade, e na transposição para a escala industrial. Isso se deu por meio da contratação de laboratórios creditados, que deram o laudo, aprovando o registro e a comercialização do Photoprot. Além das duas pesquisadoras que coordenaram o projeto, mais três bolsistas tiveram participação na elaboração do bloqueador solar. De acordo com a Biolab, a exportação do produto já está prevista para este ano.


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