segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pesquisadores pernambucanos desenvolvem curativo à base de melaço de cana-de-açúcar

Polímero formado a partir da planta foi descoberto por estudiosos da UFPE e UFRPE

Aguardente, açúcar, rapadura, álcool. Os conhecidos produtos derivados da cana-de-açúcar ganharam mais um membro para a “família”. Um novo tipo de curativo, fabricado a partir do melaço da cana-de-açúcar, começou a ser usado em fase de testes no Hospital das Clínicas (HC). O produto já é considerado um sucesso pelos pesquisadores das universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), responsáveis pela descoberta.
O polímero é resultado de uma fusão entre uma bactéria e o melaço, no qual foi isolada a bactéria Zooglea sp e adicionada ao mel de engenho, que resultou no polímero totalmente puro e natural, sem nenhum vestígio de fármaco ou toxinas.
"Esses curativos são considerados melhores que os sintéticos já existentes porque não são tóxicos e se mostram bastante compatíveis com o organismo, sem apresentar rejeição", afirma o médico e professor da UFPE José Lamartine Aguiar.


Outra característica positiva do curativo é que ele não precisa ser trocado, caindo naturalmente da pele quando a ferida cicatriza.

Segundo Francisco Cordeiro, oftalmologista pesquisador, foram mais de dez anos de pesquisa para criar esse material biodegradável, que, além do curativo, poderá ser usado para fabricar próteses oculares, e quem sabe até substituir o silicone em alguns tipos de próteses.
O material foi testado num grupo de 40 pacientes do setor de urologia do Hospital das Clínicas (HC) e mostrou resultados bastantes satisfatórios. O produto já foi patenteado pela equipe de médicos, químicos e farmacêuticos que trabalham no projeto. Agora, é só passar por uma análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, se aprovado, em até dois anos, o produto poderá ser comercializado no mercado farmacêutico.


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