Polímero formado a partir da planta foi descoberto por estudiosos da
UFPE e UFRPE
Aguardente, açúcar, rapadura, álcool. Os conhecidos produtos derivados
da cana-de-açúcar ganharam mais um membro para a “família”. Um
novo tipo de curativo, fabricado a partir do melaço da cana-de-açúcar, começou
a ser usado em fase de testes no Hospital das Clínicas (HC). O produto já é
considerado um sucesso pelos pesquisadores das universidades Federal de
Pernambuco (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), responsáveis pela
descoberta.
O polímero é resultado de uma fusão entre uma bactéria
e o melaço, no qual foi isolada a bactéria Zooglea
sp e adicionada ao mel de engenho, que resultou no polímero totalmente puro e
natural, sem nenhum vestígio de fármaco ou toxinas.
"Esses
curativos são considerados melhores que os sintéticos já existentes porque não
são tóxicos e se mostram bastante compatíveis com o organismo, sem apresentar
rejeição", afirma o médico e professor da UFPE José Lamartine Aguiar.
Outra característica
positiva do curativo é que ele não precisa ser trocado, caindo naturalmente da
pele quando a ferida cicatriza.
Segundo Francisco Cordeiro, oftalmologista
pesquisador, foram mais de dez anos de pesquisa para criar esse material
biodegradável, que, além do curativo, poderá ser usado para fabricar próteses
oculares, e quem sabe até substituir o silicone em alguns tipos de próteses.
O
material foi testado num grupo de 40 pacientes do setor de urologia do Hospital
das Clínicas (HC) e mostrou resultados bastantes satisfatórios. O produto já foi patenteado pela equipe de
médicos, químicos e farmacêuticos que trabalham no projeto. Agora, é só passar
por uma análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, se
aprovado, em até dois anos, o produto poderá ser comercializado no mercado
farmacêutico.
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