segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Melão-de-São-Caetano: Propriedades Farmacológicas e Tóxicas

Autor: José Claúdio Segundo


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Melão-de-São-Caetano 
O melão-de-são-caetano (Momordica charantia Linn) é uma trepadeira pertencente à família Cucurbitaceae e possui ciclo de vida anual. A planta é comumente cultivada nas regiões tropicais da Índia, China, no leste africano e nas Américas Central e do Sul. As partes mais utilizadas da planta são o fruto e as sementes. É amplamente utilizada na medicina tradicional como um agente hipoglicemiante. Na Turquia, popularmente, o fruto maduro é usado externamente para cura rápida de feridas, e internamente para o tratamento de úlcera péptica. Na Índia, como hipoglicemiante, abortiva, anti-helmíntico, contraceptivo, para tratamento de gota, reumatismo, hemorroidas, entre outros. Vem sendo utilizada pelo mundo todo no tratamento de diabetes, doenças virais, incluindo gripe e psoríase. Por povos de origem asiática, os frutos imaturos são consumidos como uma hortaliça em conserva, recheados ou fritos, além de serem ricos em ferro, cálcio, fósforo e vitaminas.
A principal atividade biológica é a hipoglicemiante. Os principais mecanismos de ação podem ser: diminuição da gliconeogênese hepática; aumento de glicogenogênese; aumento da oxidação periférica de glicose em eritrócitos e adipócitos. Também foi isolado do fruto um peptídeo com similaridades estruturais com  insulina animal, chamada de insulina vegetal. 
O melão-de-são-caetano ainda apresentou, em testes in vitro, efeito analgésico dose-dependente, por meio de seu extrato metanólico das sementes, com mecanismo de ação diferente dos analgésicos opióides, o que justificaria seu uso popular para gota e reumatismo. 
A planta diminui as taxas no sangue de colesterol e triglicerídeos, e aumenta o HDL. Uma proteína isolada das sementes, MAP30, inibe integrase viral do HIV-1, o que impossibilitou o vírus de integrar seu genoma ao do hospedeiro. Esta proteína também demonstrou atividade anti-neoplásica em animais e in vitro. Outra proteína com a mesma atividade foi a momordina. 
Os efeitos tóxicos indicados pela literatura foram: hipoglicemia acentuada, principalmente se usada concomitantemente com hipoglicemiantes orais; redução de fertilidade reprodutiva em ratos e cães; aumento de gama-glutamiltransferase e fosfatase alcalina em animais, o que pode prejudicar principalmente pacientes com problemas hepáticos; dor de cabeça. De suas sementes ainda foi isolada uma Lectina tóxica que inibe síntese proteica na parede intestinal. Também isoladas das sementes, duas glicoproteínas, alfa e beta-momorcarina, mostraram ação abortiva em camundongos.

Fonte da imagem: http://img1.mlstatic.com/melo-de-so-caetano-grande-momordica-gigante_MLB-O-3001449771_082012.jpg

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